Médicos Adventistas levam esperança às comunidades Indígenas da Amazônia

Maués, AM – A Missão Andrews concluiu com sucesso sua recente operação humanitária nas remotas comunidades indígenas da etnia Sateré-Mawé, no coração da floresta Amazônica. A missão, que levou mais de 30 horas de viagem em barco até a região à beira do rio Marau, resultou em significativos avanços no atendimento às necessidades básicas da população local.

Locais de Atendimento e Situação de Carência

Durante a missão, foram atendidas seis comunidades da região: Novo Belo Horizonte, São José, Vila Nova, Nova Esperança, Ilha Michiles e Monte Horebe, beneficiando aproximadamente 800 pessoas. As comunidades enfrentam uma grave carência de medicamentos, incluindo vermífugos e polivitamínicos, além de necessidades básicas como cestas de alimentos. A situação é exacerbada pela falta de orientações sobre violência doméstica e sexual, falta de materiais para recreação e deficiências nas orientações pedagógicas para professores locais.

Número Total de Participantes e Dificuldades Encontradas

O projeto envolveu 37 participantes que enfrentaram desafios significativos durante a missão. A principal dificuldade foi o cansaço proveniente da longa viagem de quase 48 horas, além das barreiras do clima quente e úmido, dormir em redes e ganhar a confiança das comunidades com culturas diferentes. A necessidade de compreender as demandas reais no local foi um desafio, mas também proporcionou um vislumbre valioso das necessidades específicas da região, permitindo um planejamento mais eficaz para futuras missões.

Dados Gerais da Missão

A logística da missão incluiu um voo de até 6 horas com escala em aeroporto de até 14 horas. O translado de Manaus a Maués foi realizado em um barco grande, seguido por um traslado em barco pequeno até a base missionária na Ilha Michiles. Pequenas lanchas e rabetas foram utilizadas para os atendimentos diários, que incluíram consultas médicas, palestras sobre saúde e atividades lúdicas para crianças. Entre os medicamentos comprados e doados, a missão levou analgésicos, antibióticos, vermífugos, anti-inflamatórios, pomadas e soro de reidratação oral.

Parcerias e Impacto da Missão

A Missão Andrews, conhecida por suas operações na Amazônia e na África, depende fortemente do apoio de voluntários que disponibilizam seu tempo e recursos. A importância dessas missões é imensa, tanto para os atendidos quanto para os missionários. Os moradores das comunidades aguardam ansiosos pela chegada das missões, conscientes de que receberão assistência vital.

Um ancião de uma das comunidades expressou o impacto profundo da missão, afirmando: “A minha comunidade voltou a sorrir com a chegada de vocês.” Esse testemunho reforça o valor e a gratificação de levar alívio e alegria às comunidades necessitadas, em nome de um propósito maior.

Percepção dos Participantes

 

A missão não apenas ofereceu suporte essencial, mas também fortaleceu os laços entre os voluntários e as comunidades locais, demonstrando o poder transformador da solidariedade e do empenho humanitário.

Para os participantes, missões como essas mais favorecem aqueles que atendem do aqueles que são atendidos:

A enfermeira Ocirene que trabalhou 10 anos nas comunidades indígenas de toda a região explica que:

“É muito importante levar qualidade de vida e bem estar, conhecimentos básicos necessários que impactam na saúde dos povos indígenas.”

Participar da missão Andrews tem um significado muito importante, pois antes de estudar medicina fiz um propósito com Deus, se meu sonho de ser médica se concretizasse eu faria missão, é uma experiência única, incrível, poder vivenciar uma realidade, cultura, costumes tão diferentes. Isso nos transforma de alguma forma; levar Jesus através dos meus conhecimentos como médica encheu meu coração e resgatou o meu sentido de vida. Ser  médica-missionária é de suma importância para atingir os lugares mais remotos, levar alívio, acolhimento para quem necessita.

“As comunidades indígenas tem tantas necessidades! Gostaria de ter feito muito mais por cada um que tive contato, mas tenho certeza de que o pouco para mim, foi o necessário para muitos; mesmo em meio a tantas diferenças senti sua alegria, principalmente das crianças, sempre com um sorriso no rosto, um carinho a oferecer. Que Deus tremendo! Ama e cuida dos seus filhos de forma individual e com suas particularidades… Sentimento é de gratidão, a intenção foi ajudar as pessoas através dos meus conhecimentos, mas houve uma troca de experiências e conhecimento, saí preenchida e leve com tanto carinho recebido, espero que essa seja a primeira missão, de muitas outras, que eu possa viver com o dever de missão a cada dia.” – Dra. Jaqueline Bustamante, médica pós graduada em Medicina de Família e Comunidade

 

“Participar da Missão foi indescritível. Como voluntários aprendemos a importância da coletividade, pois não existe Missão sozinho, sem pessoas dispostas a abrir mão do EU e se tornar um único time.

Na área da educação, a qual eu participei mais ativamente, percebemos o quanto eles têm vontade de aprender. Eles participam, perguntam e a todo tempo manifestam interesse em adquirir conhecimento para dar o melhor ao seu povo.” – Melissa de Melo,Psicopedagoga Clínica e Institucional, especialista em Educação Inclusiva e Especial.

 

“Apesar de serem ações pontuais, essas missões de curto prazo fazem diferença na resolução de condições de saúde agudas, como infecções; início do manejo de condições crônicas como hipertensão arterial e dor crônica; na promoção de saúde através de orientação individual e em grupo. Acredito que essas ações geram um ponto de mudança pelo menos para parte da população atendida. Também gera um impacto nos voluntários porque o serviço desinteressado ao próximo traz um sentimento inexplicável de utilidade e de gratidão por poder fazer a diferença na vida de alguém, além de aprendermos muito com pessoas de culturas diferentes e de sermos transformados pelo amor que recebemos como resposta ao amor que ofertamos.” – Dra. Ellen Carvalho, médica neurologista

 

“A obra médico missionária que realizamos, tem por objetivo tentar preencher as lacunas sociais dessas comunidades desassistidas. A melhor forma de pregar o evangelho é demonstrando amor através de uma escuta que se preocupa com as necessidades e faz tudo que está ao seu alcance para supri-las. Assim testemunhamos de Jesus.

Quando testemunhamos, ajudamos os assistidos pela missão, recebemos uma injeção de felicidade e satisfação pelo trabalho realizado e os sorrisos agradecidos. A missão também nos possibilita ver a Deus através do cuidado e provisão conosco, com os nossos, e com aqueles que iremos encontrar no campo missionário. Esse cuidado de Deus aumenta nossa fé, ao mesmo tempo, que nos faz almejar e trabalhar mais pelo retorno de Jesus.”- Juliane de Sousa, psicóloga

 

“Os alvos das missões, em geral, são pessoas em situações de vulnerabilidade pelos mais diferentes motivos. E que, além disso, enfrentam barreiras de acesso à saúde. Assim sendo, para muitas pessoas as missões representam oportunidade de cura, de educação em saúde e de alívio ao sofrimento. Em contrapartida, para os voluntários as missões são oportunidades de desfrutar do propósito de Deus por meio da medicina, e de vivenciar experiências gratificantes e transformadoras.” – Beatriz Félix, médica.

 

As centenas de médicos Adventistas estão engajados em missões que cruzam, barreiras geográficas, culturais, sociais e fronteiras inclusive intercontinentais. De 10 a 19 de janeiro a AMA fará uma Missão na Amazonia, faça planos de participar!

Por Gilson Ferraz

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